Na actual sociedade do hiperconsumo, onde a quantidade foi intensificada pela necessidade constante da novidade, importa questionarmos qual o impacto desta predisposição para a criação artística. Integrada num sistema de mercadorização, no qual são impostas lógicas produtivistas e métricas numéricas de aprovação e valorização, a arte é afastada da vida.

As Residências CEENTAA, procuram retomar esse contacto com a vida, criando condições para uma desaceleração através de um sincronismo com a Natureza que é incentivado através de práticas agrícolas. Uma relação concreta com o real que obriga a um estar de presença plena – consciente e activo – e que estabelece um espaço de igualdade. Propomos, por isso, que os artistas residentes se entreguem à imprevisibilidade, enquanto participam e se relacionam com a agrofloresta e com as comunidades locais no contexto dos eixos temáticos da programação, contribuindo para as reflexões lançadas.

As Residências CEENTAA têm a duração mínima de um mês, incentivando-se uma presença continuada e mais prolongada no território. São bem-vindas pessoas ou entidades que se queiram associar a esta visão.