CEENTAA Associação Cultural e Ambiental visa a transição para uma sociedade de vida plena, em que nos reconhecemos como Natureza, capazes de desfrutar da sua complexidade, diversidade e imprevisibilidade. Para isso é fundamental uma revolução agrícola que recoloque o ser humano na Natureza, um reposicionamento concretizado através da arte, enquanto parte integrante da vida e geradora de novos universos. A CEENTAA procura contribuir para uma transformação agrária e artística criando um espaço de reflexão crítica, experimentação e ação que estimula o entrosamento das práticas artísticas contemporâneas com as práticas agrícolas e a Natureza.
Assim, a associação opera na área da arte/cultura com o desenvolvimento de projectos de programação e apoio à reflexão e criação artística; e na área do ambiente através da investigação, da promoção e aplicação de práticas agrícolas e hábitos alimentares que promovam a biodiversidade e a complexidade dos ecossistemas.

A Associação CEENTAA vem reativar as relações e dinâmicas que resultaram da atividade do CENTA (Centro de Estudos de Novas Tendências Artísticas), co-fundado e dirigido por Graça Passos. Iniciado em 1989, o CENTA foi uma estrutura profissional de apoio à criação, na área das residências artísticas, fundada para promover a Arte Contemporânea, em especial nas áreas da Dança e Artes Visuais. O seu pioneirismo, numa altura em que os espaços e oportunidades para a investigação e experimentação no processo de criação eram reduzidas, bem como as condições de trabalho de que dispunha, tornaram o CENTA um polo central no contexto artístico nacional. Ao mesmo tempo, o confronto com a realidade do contexto rural e o isolamento do território, permitiu estabelecer uma dinâmica de relacionamento entre artistas e população que reforçou identidades culturais locais. Assim, o CENTA assumiu também um papel determinante na configuração de uma dinâmica cultural de região, tornando-se um espaço incontornável para o contacto com as práticas artísticas, circunstância que acolheu como parte integrante da sua missão, passando a desenvolver projectos de mediação e envolvimento com escolas e outras associações. A perda de vitalidade da comunidade da Dança a par da crescente institucionalização do CENTA levou ao seu encerramento em 2009, deixando uma energia de transformação que encontra agora interlocutor.